domingo, 4 de janeiro de 2015

"Desfolhando" um tema

Hoje passei bastante tempo pensando numa matéria que li do colunista Álvaro Pereira Júnior, na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/alvaropereirajunior/2015/01/1569797-racionais-e-criolo-planetas-diferentes.shtml?cmpid=newsfolha) que basicamente criticava uma certa instituição por... digamos "construir" artistas e "socá-los" goela abaixo do público. Havia ainda na matéria um link (http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2012/08/23/o-sesc-e-a-concorrencia-desleal/)muito mais interessante para outra coluna do André Barcinski que iniciara essa discussão em outro momento.

O texto publicado hoje por Àlvaro Pereira Júnior parte de um erro gigantesco simplesmente por comparar o Crioulo com os Racionais MC´s logo de cara, e para construir a argumentação compara a existência de um público fiel ao grupo Racionais MC´s com o público do Crioulo que seria um público do SESC. É desleal fazer qualquer comparação do principal grupo de rap do país com qualquer outro rapper que não carrega a mesma pegada violenta, ácida, combativa muito menos com quem não surgiu no mesmo cenário, onde o rap (e não o funk) era a voz latente nas periferias de São Paulo.

Depois ele peca por dizer onde os shows devem acontecer em sua própria concepção de mundo. Eu adoraria assistir o Pearl Jam em qualquer unidade do SESC. Ainda que fosse para eu pagar o triplo do que pago para vê-los nos estádios em palcos imensos pensados para que não possamos ver absolutamente nada.

Redigiu um texto tendencioso, muito irônico e incoerente na minha opinião. Mas aí ele postou o texto do colega dele, o André Barcinski. Esse daí trouxe a minha inquietude e prendeu minha atenção. Porque vi, novamente o ponto de vista do empresariado querendo regular a mesma instituição para que possa haver concorrência para que eles possam manter uma casa de shows pagando um cachê(zinho) para os músicos e faturando(e muito apenas por ter os "meios de produção") em cima dos mesmos.

Mas espera lá! Não seria o próprio sistema político-econômico atual através dos mantenedores dos grandes meios de comunicação(as empresas de publicidade e os produtos que precisam de propaganda para serem vendidos) os verdadeiros responsáveis por "socar" não só os crioulos(embora eu acredite que ele seja um bom músico), mas os nuggets, o boné com selinho, a Coca-Cola, o futebol e tantas outras mazelas goela abaixo da população?

No final do texto o Barcinski pede ao governo o auxílio do governo para conter esse aparente "monopólio". Mas no capitalismo não é assim? Quem pode mais manda mais?! Não fosse essa, seria outra, outra ou outra empresa, talvez até uma multinacional, mas certamente haveria alguma e como a do próprio Barcinski, COM fins lucrativos.

Até os burgueses se esquerdam quando se trata de defender seus próprios interesses.

Seria muito mais inteligente da parte desses jornalistas propor que músicos e artistas já consagrados se apresentem com menos frequência no SESC para evitar essa "concorrência desleal". E afirmar que se assalariados que percebem um, dois ou até três salários mínimos e não podem pagar para ver um Milton Nascimento, os Titãs ou Ney Matogrosso, eles que não os vejam e pronto. Afinal, à burguesia cabe a cultura e informação e aos assalariados o que sobrar dessa mesa.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Nasce o Um Elefante

Hoje resolvi começar um novo blog: O Elefante Vermelho.

Vermelho porque é minha bandeira.

Elefante porque não quero andar sozinho. Espero andar em manada, cada vez mais vermelha. Lendo, comentando e discutindo.

Espero poder escrever com frequência.

Espero que queiram ler com frequência.